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domingo, 29 de abril de 2012

HISTORIA DE AMOR E ODIO

                             
NOTA DO ADMINISTRADOR: Embora não tenha NADA de sobrenatural neste conto, ele está bem escrito e possui um clima de tensão crescente e pessimista bastante interessante. Muitos dizem que o amor é uma jóia rara. Mas quem conhece a história de Gabriel pensaria duas vezes antes de expressar tal conceito. Alguns dizem que ele é problemático e que seu caso deve ser tratado com cautela, outros o condenam a apodrecer na cadeia por ter cometido aqueles crimes terríveis. Mas o fato é que Gabriel sempre fora diferente das outras crianças. Ele nunca teve amigos, a única companhia que tinha para brincar era um cão que seu pai o dera de presente de aniversario, e um ratinho de laboratório (que semanas depois Gabriel o matara com um alicate de eletricista, pois o pobre do rato havia mordido o seu dedo). Na escola era tido como o aluno mais estranho, pois nunca se entrosava com as crianças. As professoras freqüentemente faziam reuniões para falarem daquele aluno tão problemático. Aos 17 anos nunca teve uma namorada, diferente dos outros meninos, que com essa idade já estavam “fazendo filhos”. Sua mãe sempre dizia para ele sair um pouco da frente do computador e ir passear e fazer amizades, pois na vizinhança haviam muitos meninos e meninas da sua idade. Aos domingos ele ficava em frente a sua casa com seu cão Spike, olhando o movimento. Foi um domingo desses que Gabriel viu uma Blazer dobrar a esquina e estacionar na casa de frente com a sua. A casa estava à venda. Seriam os novos vizinhos?... Ótimo!!, porque nesse momento ele estava vidrado em uma figura que parecia uma Deusa, ou coisa do tipo. A garota, que era filha do casal que estava na Blazer, conseguiu chamar a atenção de Gabriel. Ela devia ter uns 16 anos, tinha cabelos lisos e loiros, a pele branquinha e delicada, lindos olhos castanhos, e um corpo de fazer qualquer garoto ir à loucura. Ao cair da noite a mãe de Gabriel comentou com o marido sobre os novos vizinhos, e que eles tinham uma filha linda, da idade de Gabriel. O pai riu e disse que se seu filho não fosse tão estranho até conseguiria conquistar a garota. Ana riu-se, mas no fundo sentia pena de Gabriel. Durante a semana, Gabriel observara da janela do seu quarto, a casa da linda menina, e toda vez que ela aparecia, seu coração batia mais depressa. Ele não sabia o que era amor, mas era exatamente “amor” que ele estava sentindo. E foi numa manhã de sábado que seus desejos se tornaram realidade, pois ele a encontrara a caminho da escola. Ela o viu e deu um lindo sorriso, Gabriel por sua vez, ficou vermelho de vergonha, mas retribuiu o sorriso, não tão lindo quanto o da garota, mas retribuiu com vigor. Os dois caminharam lado à lado. Ela perguntou o nome dele e em seguida disse que se chamava Mariana.Voltaram juntos também, Mariana se despediu de Gabriel com um beijo no rosto, (ele nunca tinha recebido um beijo de ninguém, a não ser da sua mãe) e ele sentiu um “arrepio” pelo corpo. Mariana entrou em casa e disse para sua mãe que estivera conversando com o vizinho da frente enquanto ia à escola, e disse também que ele parecia muito legal apesar de ser meio tímido. Sua mãe, que já havia conversado com a mãe de Gabriel, comentou que ele era um pouco problemático e que não tinha amigos, e que seria muito legal se Mariana fosse amiga dele. Ela deu um sorrisinho e falou que gostou de ter conversado com ele e que com certeza seriam amigos, pois alem de ele parecer uma pessoa legal, também era muito simpático. No sábado Mariana resolveu chamar o seu novo amigo para dar um passeio de bicicleta. Ela tocou a campainha da casa de Gabriel, e ele ao vê-la quase teve uma parada cardíaca de tanta alegria. Rapidamente foi até a garagem e pegou a sua bicicleta e saíram para um passeio lindo e feliz. Mariana tinha bastante habilidade com ciclismo, alem disso, ela trajava uma mini-blusa insinuante e um shortinho curtinho que mostrava suas maravilhosas pernas branquinhas e delicadas. Já Gabriel estava totalmente desengonçado, pois havia muito tempo que não andava de bicicleta. Sem falar que ele quase bateu em um carro parado, ainda assim arranhando um pouco a lataria. Mariana achou muito engraçado a forma com que Gabriel andava de bicicleta. Pararam e sentaram no banco de um parque ecológico.Tamanha era a alegria de Gabriel, pois estava ao lado da garotinha mais linda do mundo (na sua opinião, claro!). Mas a alegria durou pouco, porque naquele instante o menino mais cobiçado pelas garota cruzou a avenida. Eric não era um menino ruim, mas Gabriel achava ele um tanto esnobe, pelo fato de todas as vezes em que o vira, sempre estava com uma garota diferente na traseira de sua moto e sempre fazendo pose de artista de cinema. Gabriel achava isso super errado, não cabia em sua cabeça acreditar que um ser humano pudesse namorar vária meninas ao mesmo tempo, e também não se conformava que um garoto de 18 anos pilotasse uma moto em alta velocidade com garotas menores de idade na traseira. Gabriel acha isso perigosíssimo. Mas as garotas não pensavam da mesma forma, pois sempre estavam com um sorriso largo no rosto. Quando Mariana viu aquele rapaz interessante vindo em direção deles, imediatamente perguntou ao Gabriel quem era aquele menino. Ele nem precisou responder, pois num piscar de olhos Eric apresentou-se para Mariana, fazendo Gabriel sentir um enorme ódio por dentro, pois no fundo sabia que ela havia se interessado por aquele rapaz de cabelos compridos. Na real, a falta de respeito por parte de Eric era o que ajudou Gabriel à concluir sua raiva, afinal ele estava conversando com a garota e Eric chegou com seu sorriso fingido, pronto para dar o bote naquela coelhinha branca. Tudo estava acabado. Ele viu nos olhos de Mariana a fascinação que ela sentiu por Eric, isso machucou profundamente o seu coração que nunca havia amado ninguém, e que nunca havia odiado tanto alguém, como odiava Eric agora. O pobre fracassado levantou-se e montou na bicicleta. Mariana perguntou aonde ele ia e porque ele estava com aquela cara tão triste. Gabriel não disse nada, apenas saiu sem olhar para trás, e na distância em que ele estava pôde ouvir o rival falando, “a cara dele é feia assim mesmo...”, e logo depois caindo na risada. O ódio tomou conta de sua mente após chegar em casa. Sentia vontade imensa de matar o Eric, sim, era tudo o que sentia, e era o que iria fazer de um jeito ou de outro, pois Gabriel era capaz disso. Quando a noite caiu Gabriel ouviu uma buzina de moto, e rapidamente foi até a janela do quarto para bisbilhotar quem era. Para concluir novamente o seu ódio, viu Eric estacionado na frente da casa de Mariana e logo após saindo com ela. Em seu coração já não cabia mais ódio, a vontade de ver Eric sofrer amargamente aumentou ao último nível, mas agora tinha outra pessoa que Gabriel queria ver sofrer, Mariana, pois a culpa de ele ter se apaixonado fora dela, ela machucou seu coração com esperanças falsas, ela fez ele ser feliz por alguns momentos, ela tinha o poder de fazer ele apaixonar-se, então, “ela” e o seu novo namoradinho, deveriam morrer. O dia seguinte estava ensolarado, os passarinhos cantavam, as crianças brincavam na rua.Tudo estava tranqüilo naquela manhã de domingo. Mas para Gabriel nada tava bonito, pelo contrário, em sua cabeça coisas bizarras estavam sendo planejadas. Eram tantas maldades que ele ficava até confuso, a única coisa de que tinha certeza era de matar primeiro o Eric mas não sabia como o faria. Era difícil imaginar um jeito mais doloroso. Então pensou em provocar um acidente de moto enquanto Eric estivesse passando velozmente (como de costume) pela rua. Mas como!!!!?...uma idéia surgiu!!!. Ao meio-dia Eric veio se encontrar com Mariana, Gabriel ao ouvir o barulho da moto foi até a janela e viu o momento em que Eric deu um longo beijo na garota. Mas isso não o incomodava mais, pois jamais ele iria ver aquela cena de amor novamente. Gabriel pensou em matar os dois coelhos com uma cajadada só. Mas Eric tinha que ser o primeiro a morrer. E isso iria acontecer quando ele trouxesse Mariana de volta. Um barulho de moto, e lá estava Gabriel na janela a espreita de Eric. Quando viu ele chegando com Mariana, rapidamente pegou o seu cão Spike e saiu correndo para a rua em direção a esquina.O plano já estava em prática. Após alguns minutos de beijos, Eric se despediu (para sempre) de Maria, montou em sua moto e foi embora dando uma buzinada de adeus. Eric estava em alta velocidade, e ao virar a esquina deu de frente com Gabriel e seu cachorro. Ele ia atravessando a rua com Spike e no momento que a moto vinha à toda velocidade, Gabriel intencionalmente deixou o seu cão frente à frente com a moto de Eric, a cena foi horrível. Naquela velocidade, o cão morreu na hora e Eric foi atirado ao poste de energia elétrica. Gabriel foi até ele para certificar se estava morto. Eric não só havia partido a cabeça ao meio, como também tinha quebrado o pescoço. E o pobre do Spike estava no asfalto com os olhos fitando o nada e a boca escancarada minando sangue. Para Gabriel valeu a pena ter sacrificado o cachorro para ter exterminado o maldito Eric. Já estava na hora de começar a encenar o choro, pois os curiosos estavam se amontoando e perguntando o que havia acontecido. A policia chegou acalmou o choro fingido de Gabriel e o levou para casa. Ao chegarem houve um leve interrogatório (com a mãe de Gabriel aos prantos), para saber melhor o que tinha acontecido, mas Gabriel mentiu perfeitamente e lamentava, à toda hora, a morte do seu querido Pastor Alemão “Spike”. Ao colocar a cabeça no travesseiro para dormir, Gabriel lembrou-se da cena: Eric estirado no chão, os miolos saindo pela rachadura em sua cabeça, os olhos arregalados e vagos, sangue por toda parte e o pescoço roxo tombado para o lado num gesto grotesco. Mas isso jamais abalaria o sono de Gabriel, pois em sua cabeça tudo dera certo. Deixou o cão frente a frente com a moto no momento exato, a polícia não desconfiou de nada e não houve testemunhas. Tudo dera certo. E a única preocupação agora era como matar Mariana. O velório foi pela manhã. Gabriel sentado na varanda avistou Mariana chegando, e rapidamente correu para o jardim da casa dela sem ninguém perceber. Os olhos de Mariana estavam inchados de tanto chorar e sua mãe à consolava. Chorara pelo Eric, por sua morte trágica, pela convivência que havia entre eles nesses últimos dias. Mariana não percebeu que olhos cheios de ódio fitavam a sua angústia, olhos que eram de um lindo brilho azul, mas ao mesmo tempo odioso e perverso. Ela também não percebera que o dono desses olhos segurava uma machadinha numa das suas mãos e estava no jardim da casa dela, escondido entre os arbustos que cercava a casa. Elas entraram, e ele entrou logo depois pela janela da sala. Ainda deu tempo de ver Mariana subindo as escadas que lavavam para os quartos. Mas não poderia mata-la agora pois na casa estava a mãe dela, e sendo assim, a mulher ouviria os gritos da filha. A não ser se matasse a mãe dela primeiro!!... Ele andou na direção da cozinha e avistou Dona Ana de costas, esquentado uma caneca de leite para Mariana. Sem perder tempo Gabriel concedeu uma machadada na cabeça da mulher. Só bastou apenas uma. O assassino juvenil subiu as escadas e abriu a primeira porta do corredor. Não era o quarto de Mariana, e sim o dos pais dela. Foi em direção a outra porta do corredor, e lá estava a linda garota deitada de bruços. Ela olhou para trás e viu Gabriel parado na porta, mas não viu a machadinha ensangüentada que ele carregava. Ela foi em direção dele e o abraçou chorando e lamentando a morte de Eric. Gabriel sentiu um leve formigamento na virilha, pois seus órgãos genitais haviam se juntado com os da garota. Mas o ódio era maior. Ele empurrou Mariana contra a cama e deu a primeira machadada que acertou em cheio o meio da testa da pobre garota, mas ainda assim Gabriel não parara, deu várias e várias machadadas. Ele nem se deu conta de que um carro parara na frente da casa, era o pai de Mariana. Ele entrou e viu a luz da cozinha acesa, e o barulho do leite fervendo a ponto de secar. Andou em direção a cozinha e deparou-se com a esposa caída no chão em meio ao sangue. Silvio ficou em estado de choque por alguns segundos. Mas lembrou-se de Mariana. Ela talvez estivesse correndo perigo em algum lugar da casa, pois Silvio presumiu que algum bandido estivesse assaltando a residência de sua família. Subiu aos pulos os degraus que levava aos quartos, abriu a gaveta do seu criado mudo, onde guardava um Calibre 38 que comprara na época em que servira o exército, engatilhou a arma e foi em direção a um baralho surdo que saia do quarto de sua filha. O horror diante de seus olhos era indescritível. Havia sangue misturado com pedaços de carne por toda a superfície da cama de Mariana. E o autor disso era o vizinho que morava enfrente a sua casa. Gabriel nem notara a presença de Silvio pois estava concentrado no que estava fazendo. O pai da garota aos prantos disparou dois tiros no assassino que matara não só a sua mulher, mas matara também o seus sonhos, a sua alegria, a sua garotinha linda que ele sempre amara. E que agora não passava de pedaços viscosos de carne e sangue coagulado. “Gabriel ficou paraplégico e se encontra em um hospital de segurança máxima, para doentes mentais perigosos para a sociedade”. “Silvio foi encontrado morto com um tiro na boca, dentro do banheiro de sua casa. Ele não agüentou o peso de conviver sem sua mulher e filha. Resolveu se juntar a elas”. Danilo “Kiss” Fernandes

2 comentários:

  1. nossa da muito medo mas da muita felizedades muito bom essa historia vc esta de parabens.... isso aconteceu de verdade?

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  2. Muito obrigado continuaremos postar mais historias reais e ficticia, mais essa historia foi criada , se trata de uma historia muito bem feita mais não é verdadeira "não é real" mais muitas outras historias aqui do blog aconteçeram realmente.Espero que continue gostando das nossas historias e publique pra amigos .

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