Quando criança, meu avó foi internada em um colégio de freiras na cidade de Valença, no Estado do Rio de Janeiro. Tudo ia muito bem embora a saudade de casa a deixasse um tanto triste. Determinado dia, ela e algumas colegas, num momento de liberdade, resolveram explorar o complexo composto for vários corredores, salas, dormitórios e etc.
No segundo andar, havia um portão no meio do corredor que impedia que se continuasse andando até o final dele, mas nesse dia, o portão estava entreaberto, alguém esquecera de fechá-lo.
As quatro meninas entraram nessa parte do corredor, alí havia uma imagem de uma santa, alguns quadros na parede e quatro portas. Elas colocaram as orelhas nas portas para ver se havia alguém do outro lado, mas como não ouviram nenhum barulho, perceberam que estava vazio e resolveram abrir uma daquelas protas.
Era um quarto simples. Lá havia uma cama arrumada, uma cômoda e uma escrivaninha. A janela fechada. Sobre a escrivaninha um pequeno pote com alguns pingentes de imagem de santos/santas.
Como havia muitos pingentes, julgaram que ninguém daria falta se cada uma pegasse um para si.
Minha avó pegou um de santa Bárbara e as outras pegaram um pingente de outros santos.
Naquela noite, ao se deitar. Ela não conseguia conciliar o sono, estava inquieta. O quarto todo escuro, todas as meninas dormindo. Ela se virava de um lado para o outro e não conseguia dormir.
Neste momento, viu que entrou no quarto um freira segurando uma vela entre as mãos. A freira se aproximou dela e disse: "Devolva o que é meu, devolva o que é meu". Minha avó ficou apavorada, pois viu que se tratava de uma entidade espiritual. Da cintura para baixo era invisível...
Ela berrou, berrou...até que acordou as outras meninas e uma freira que dormia alí junto delas. Aquilo foi dado como um pesadelo...
Na outra noite, a mesma coisa. Ela acorda sentindo que mãos a estrangulavam o pescoço. Desesperada, contou às outras amigas que também tinham pego os pingentes. Cada uma delas relatou que tivera pesadelos horríveis e decidiram colocar os pingentes de volta.
Mas, ao chegarem no andar, o portão estava fechado, então jogaram os pingentes lá para dentro do corredor, de forma que ficasse perto da porta do tal quarto. Apenas uma menina não quis devolver o pingente.
No dia seguinte, a menina que não devolveu o pingente se desequilibrou na escada que dava para a entrada da igreja e fraturou uma perna. Era a última missa daquela semana antes das férias. Ao retornarem para o colégio, ao final das férias. Não se teve mais notícias da menina acidentada, ela não voltou àquele colégio. Até hoje, minha avó nunca mais teve notícias dela.
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