Quero pedir desculpas por estar narrando novamente essa experiência
que ocorreu com o meu filho. É que no meu primeiro relato tive uma certa
dificuldade em me expressar, e agora me sinto mais à vontade para
compartilhar melhor com os leitores esse fato que me intrigou muito.
Meu filho nasceu após 7 anos de casamento. Foi um presente que Deus
me deu, pois o médico me alertou que dificílmente eu geraria, devido à
um problema hormonal muito sério. Lembro-me que, certo dia, numa
tristeza muito grande de alma, por ter já perdido a esperança, entrei no
meu quarto e numa súplica ardente, implorei ao Senhor que me desse um
filho: que a medicina não garantia nada, mas para Ele nada era
impossível.
Passado 2 meses, comecei a sentir enjôos e outros sintomas. Fiz o
teste: era gravidez. Senti uma explosão de alegria... não estava
acreditando. Iniciei o pré-natal. Foi uma gravidez difícil. Tive que
ficar os 9 mêses em repouso e no dia 06.03.1989, nascia o nosso
amorzinho, cheio de saúde, uma bela criança. Foi uma festa na família!
Era o primeiro neto dos meus pais.
Foi crescendo num ambiente cheio de amor e carinho de todos.
Lembro-me que quando ele tinha quase um ano e meio, começamos a recortar
a cartolina em quadradinhos, e escrevíamos em cada um a letra do
abecedário. Colamos na parede e líamos várias vezes as letras, e ele
prestava atenção. Depois pedíamos para ele nos mostrar onde estava a
letra tal, e todo feliz, apontava o quadradinho certinho, e isso nos
divertia.
Foi crescendo, e percebemos nele uma certa aptidão para desenhar.
Desenhava do seu jeitinho, pois não tinha ainda a coordenação motora
desenvolvida, desenhava tudo o que lhe chamava a atenção. E assim foi se
desenvolvendo... Numa rotina normal de uma criança feliz.

Comecei a indagar o que poderia estar acontecendo àquela criança! Até
que uma noite, me lembro como se fosse hoje: recordo que me levantei da
cama, vi o meu esposo dormindo, desci, e percebi que o meu quarto
estava todo iluminado, embora soubesse que fosse noite, e as luzes
estivessem apagadas. Percebi que uma luz, do lado direito, me
acompanhava com uma espécie de clarão. Passei pela sala, que também
estava iluminada, e me dirigi ao quarto do meu filho. Fui me aproximando
do quarto e parei na porta, na entrada... Olhei para o fundo e vi meu
filho deitadinho de lado, dormindo, e uma cena me chama a atenção: vejo
um menino sentado ao seu lado, inclinado, sussurrando algo em seu
ouvido. Era um menino meio troncudo, com uma cabeça meio grande, bem
desproporcional ao seu corpo, embora parecesse um menino, deu uma
sensação de ser adulto, não sei bem... Derepente ele parece perceber a
minha presença. Vira-se e fixa seus olhos em mim. Meu Deus! Pude sentir
em seus olhos todo o ódio e maldade que havia naquele olhar. Fixei meus
olhos nele e, embora sentisse toda aquela energia negativa, dentro de
mim havia uma paz muito grande. Percebi que aquela luz ainda me
acompanhava... À partir daí, não consigo me lembrar de mais nada.
Depois desse acontecimento meu filho nunca mais fez aqueles desenhos,
e não acordou mais assustado. Hoje, ainda me pergunto: Naquela noite, o
que realmente aconteceu? Será que saí do meu corpo? O que era aquela
luz que me acompanhava do meu lado direito? Não tenho respostas para
isso.
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